“Quando alguém diz “Tyra, você é até melhor pessoalmente do que nas fotos!”, eu respondo “Não diga isso, querida! Ganhei a vida tirando fotos”.”
(Tyra Banks em America’s Next Top Model, ciclo 16)
Eu admito: ando a louca do America’s Next Top Model, assistindo as temporadas na velocidade da luz. Acontece que além do programa ser legal porque mostra o “por trás” de gente incrível do mundo da moda (onde mais que eu ia ver uma sessão de fotos do Steven Meisel, uma Franca Sozzani olhando e contando os tipos de books que gosta, o backstage do desfile do Zac Posen e uma Karolina Kurkova ensinando receitas de sucos saudáveis?), o programa tem uma cereja no topo do bolo: Tyra Banks.
E olha que eu odeio esse negócio de definir as pessoas com uma única palavra, mas se a Tyra tivesse que ser explicada pra alguém através de um único termo, eu com certeza usaria a palavra personalidade. O que pra mim, fora é claro essa beleza estonteante que ela tem, é a chave de tudo o que essa mulher já fez, conquistou, arrasou e transformou na indústria da moda.

A Tyra nasceu em 1973, em um ‘bairro negro’ no subúrbio da Califórnia e com 12 anos de idade já era tão alta, mas tão alta que os pais chegaram até a desconfiar que havia algo de errado com a filha haha. A altura fez com que ela sofresse muito bullying na adolescência, o que segundo a próprio Tyra, só deu ainda mais força e ‘dureza’ quando ela entrou pra indústria da moda. Entrar pra esse universo, aliás, não foi fácil. Desde pequena, decidida que queria mesmo ser modelo, Tyra buscava tudo quanto era referência do mundo da moda pra poder estudar, se inspirar e ser igual a uma modelo profissional, só que em todas as agências que ia a resposta era sempre a mesma: “a gente não precisa de mais uma modelo negra”.
As coisas só começaram a mudar quando a revista Seventeen, a primeira grande revista teen dos EUA, chamou a Tyra para um trabalho. Foi o que precisava pra sua carreira acontecer.
As fotos agradaram não só a Seventeen, mas um olheiro de modelos de alta-costura que viu a força que havia ali e a chamou para ir a Paris. Na época Tyra iria começar a faculdade dali há algumas semanas, mas não quis nem saber. Era agora ou nunca. Arrumou suas malas, embarcou para Paris e lá começou a participar de desfiles de alta-costura.

Ela foi um estouro com sua beleza fresca e marcante, e todos, absolutamente todos, queriam um pouquinho da Tyra pra si. A mãe dela até se mudou para Paris para morar com a filha e trabalhar como sua assessora, e assim pode ver de pertinho o que ela em pouco tempo conseguiu fazer: causar um furor na indústria da moda e provar que as mulheres negras não apenas tinham espaço nesse meio como podiam revolucioná-lo. Ela foi, inclusive a primeira modelo negra americana a aparecer em um capa da revista GQ.
As comparações com Naomi Campbell foram meio que inevitáveis, afinal, no começo dos anos 90 Tyra aparecia para o mundo como uma promessa de supermodelo, enquanto Naomi já tava estabelecida há alguns anos no mercado. Muito se falou sobre essa grande rivalidade que existia entre as duas, mas até hoje essa história ficou abafada e enterrada no fundo do baú.
Só que adentrar o mundo da moda provando que as modelos negras tinham espaço por ali não tinha sido suficiente pra Tyra. Ela queria mais. E quando foi avisada pelos seus agentes que suas medidas tavam muito voluptuosas pra uma modelo de alta-costura, ela tomou uma decisão: não adiantava querer esconder as suas curvas. Ela assumiria seu corpo e batalharia pra ser aceita assim.
Essa insistência da Tyra em “aceite quem você é e trabalhe com aquilo que você tem de melhor” é muito marcante na sua carreira e nas lições que ela dá para as meninas que participam do programa. Ela sempre enfatiza isso, que a gente tem que aprender a abraçar nosso corpo, seja ele branco ou preto, magro ou cheio de curvas. O importante é ser quem você é.

Tyra Banks então decidiu dar um giro de 180º na sua profissão e investir em uma carreira mais comercial. A Cover Girl (uma das atuais patrocinadoras do programa e que também oferece seu posto de “garota cover girl” como uma das premiações do show) foi a primeira a assinar um contrato com a modelo. E, mais uma vez, Tyra virou sucesso. Com a Cover Girl ela saiu do reduto da moda e passou a ser conhecida também pela grande massa. Fez uma infinidade de campanhas, virou angel da Victoria’s Secret’s e até escreveu um livro sobre beleza.

Tava tudo muito lindo e incrível na vida Tyra, mas ela sabia que a carreira de modelo é rápida e começou então a se preparar para um novo giro de 180º. Primeiro investiu na carreira de atriz (quem aí já assistiu Show Bar talvez lembre dela como uma das dançarinas da boate!), mas só se encontrou mesmo na profissão de empresária. Junto com um amigo de infância ela formatou um programa chamado “America’s Next Top Model” (a-há!), que seria uma espécie de concurso de modelos. O programa foi ao ar em 2003, foi um estouro de audiência, e hoje, 10 anos depois, já tá na sua 20ª edição.

Além de criadora do America’s Next Top Model, a Tyra também é apresentadora e jurada do programa, e acho que se dependesse dela, ela dava um jeito também de ser câmera, figurinista, fotógrafa (aliás, ela sempre se arrisca como fotógrafa em todos os capítulos finais da competição), anyway, faria de tudo um pouco.
Porque Tyra Banks, meus caros, é uma rainha!

that’s NOT Cindy Crawford in the picture, it’s Susan Holmes!
Thanks, I’ve corrected the caption 😉
Também acho ela linda, pra mim uma das mulheres mais lindas, beleza marcante, diferenciada.